segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

POUCAS TRANCAS no Sarau do Povo Erótico - 14/02

Uma da manhã.

Ladeira Porto Geral. Você certamente não estaria ali, a não ser se por um sonho. Você preferiria estar na cama ou numa balada legal, mas está descendo a ladeira sem conseguir segurar o pé e sente medo porque o centro paulistano é medonho por essas horas. Mas então você encara que é um sonho porque você vê uma certa fumaça no quadro de visão, como num filme (e isso é aliviante). É um sonho. Está decidido. Então você chega à 25 de Março e pede um dog prensado pro tio numa Van (dessas vans de Hot-Dog). E você entende que realmente precisa fazer uma dieta, afinal você come até nos sonhos... Você anda pela rua mais suja e fedida de São Paulo e pensa nas finanças, nas crianças, na violência, no trabalho e a falta dele. Entra num bar e ouve no rádio uma música que fica na sua cabeça: "Se eu fosse músico, se eu fosse músico..." Pede um conhaque e vai embora.

O chão está coberto por uma estranha névoa e então cai num bueiro. De repente se vê numa outra dimensão, como se tivesse tomado uma droga (conhaque!) que deixa todos com uma sensação de estar psicodélica de ter ido pr'um "mundo encantado". Quem sabe o Mestre dos Magos apareça de trás de alguma pedra no caminho. Tudo colorido, como numa festa, num carnaval, mas é assustador como o lugar é vazio. Vê uma escada que te leva ao teto e de volta ao asfalto. Vê o portão de sua casa e pensa em nunca mais tomar conhaque. Tira os chinelos para entrar no carpete, liga a TV e assiste algo 'trash' no Corujão. Pensa como foi estranho o sonho e o refrão que ficou na cabeça. Acorda com ressaca.

Do seu lado o CD Player no 'repeat' na faixa 1: "Se eu fosse músico - Poucas Trancas".
Desliga o rádio. Cochilou no sofá.
Flic flic


INFLUÊNCIAS: Beatles, Rolling Stones, Kiss, Silverchair, Dissiociatives, Pink Floyd, Raul Seixas, Itamar Assumpção, Oasis, Jean Jacques Perrey, Tom Waits, Iron Maiden, Nina Simone, Led Zeppelin, Daft Punk, Chico Buarque, Peter Gabriel, Depeche Mode, Hermeto Paschoal, Tom Zé...


Um comentário:

s. vampira de düsseldorf disse...

eu já andei no cenário do centro velho de madrugada: relmente é IRREAL. atravessar aquele labirinto de ruas e ladeiras, que durante o dia causam medo, e encontrar uma cidade que, se não adormece completamente nunca, ao menos encontra nas madrugadas um oásis de silêncio e paz. trabalhadores que consertam fachadas de lojas - coisa impossível de se executar durante o dia - uns poucos nóias escondidos em caçambas para fumar seus becks em paz e um ou outro transeunte aventureiro como eu. com certeza, se eu assistisse aos noticiários do Jornal Nacional todos os dias, não me arriscaria...