quarta-feira, 8 de abril de 2009

madrugada às claras

era só um pernilongo.

não era um medo,
nem um fantasma,
nem um sonho.
não era um poema,
nem uma paixão,
nem uma dívida,
nem a guerra em Gaza,
nem a fome,
nem as injustiças sociais,
nem era a minha falta de caráter
o que me tirava o sono.

(infelizmente)

a causa da minha insônia
nem se quer era tesão;

era só um pernilongo que,
ao sabor do sangue alheio,
vivia mais que eu.

Lucas de Oliveira

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